domingo, 19 de junho de 2011

Atividade extra para o feriadão...

Ao navegar pela 'net', me deparei com uma reportagem do G1, aqui, que dizia mais ou menos assim: "(...) o arquivo de Albert Einstein será digitalizado e disponibilizado na internet dentro de um ano. O arquivo contém mais de 80 mil documentos do cientista judeu (...)". Até aí, tudo bem. Mas, o que mais me chamou atenção foi a afirmativa do diretor do "Arquivo Albert Einsteins", da Universidade Hebraica, que dizia "é a coleção mais importante de seus documentos e uma coleção importante da história do século 20". Além do mais, a reportagem afirmava que a coleção inclui cadernos de pesquisa, correspondências e artigos.
Eu não sei se foi culpa da tradução para o português, mas o fato é: o arquivo pessoal de Albert Einsteins não é uma coleção. Uma coisa é o cara ter uma colação de latinhas de cerveja ou de a menina ter uma coleção de bonecas. Mas, querer dizer que um fundo arquivístico pessoal e uma coleção são a mesma coisa, aí é demais para o meu coração. Rs!
Vale ressaltar que a coleção (a reunião artificial de documentos que apresentam alguma característica em comum) difere do fundo de arquivo pela ausência de organicidade. Assim, um fundo arquivístico apresenta subdivisões orgânicas, onde os documentos de arquivo são organizados em séries. Já em uma coleção o máximo que podemos ter é uma organização baseada em um sistema de ordenação geográfico, cronológico, onomástico, entre outros.

Assim, venho propor uma atividade extra.

1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.

2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?

4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?

Essa atividade é opcional e individual;
Prazo: até o dia 26/06/2011, às 23:59.

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Adrielly Torres

11 comentários:

  1. 1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    A lei 8159/1991 dispõe sobre os arquivos públicos e privados e no capítulo III da mesma lei define os arquivos privados:
    “Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas atividades.
    Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional.
    Art. 13. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem transferidos para o exterior.
    Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá preferência na aquisição.
    Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu proprietário ou possuidor.
    Art. 15. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas públicas.
    Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público e social.” (Lei 8159/1991)
    Enquanto coleção é (a reunião artificial de documentos que apresentam alguma característica em comum) e a diferença entre os dois é a maneira da sua produção e sua função, conforme a Bellotto a seguir: “a forma/função pela qual o documento é criado é que determina seu uso e seu destino de armazenamento futuro”. (2006, p.36).
    Os documentos de arquivo pessoal devem ser analisados minuciosamente devido sua peculiaridade não regulamentada e seu contexto de produção. “Os documentos produzidos e reunidos por indivíduos ao longo de sua existência representam seu desempenho e funções na sociedade, sua vida familiar, suas idéias, preconceitos, afetos, desafetos, etc. Esse processo de produção do arquivo pessoal, longe de ser regulado por regimentos, estatutos ou outra norma, resulta em um conjunto variado de documentos distintos em forma e em estrutura.” (OLIVEIRA, 2009, p. 2).

    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

    As principais espécies documentais nos arquivos pessoas são reflexos das atividades, funções do titular no decorrer de suas atividades. Certidão de nascimento, cartas, projeto de pesquisa, álbuns fotográficos. “Nos arquivos pessoais, em linhas gerais, é comum encontrarmos registros que representam o nascimento, as bodas, as grandes viagens e a morte, eventos marcantes na existência de um indivíduo. Os registros podem ser explícitos ou simbólicos.” (OLIVEIRA, 2009, p.4).

    continua.

    Por: Israel Gomes da Silva

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  2. Partindo do estudo da produção e recebimento desse arquivo pessoal e da atividade pela qual o fundo arquivístico se predispões a exercer no decorrer de suas atividades, pois os documentos não são de cunho funcional e administrativo. conforme Bellotto (2006, p. 256) ”são papéis ligados à vida familiar, civil. Profissional e à produção política e/ou intelectual, cientifica, artística de estadistas, políticos, artistas, literatos, cientistas etc.”

    A tipologia nos arquivos pessoais são melhor analisadas se partirmos da analise da função do documento nas atividades do arquivo pessoal e os seus referidos tramites.

    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Não temos nenhuma legislação a esse respeito (eu não encontrei), entretanto a arquivologia trabalha com a idéia de conjunto documental, sendo seu princípio norteador (respeito aos fundos) se desdobra em dois: principio da proveniência e da organicidade. Pelo motivo argumentado na oração anterior penso não ser coerente, adequado eliminar do arquivo os documentos não arquivístico. No tratamento dos arquivo pessoal sugere que se for separados (não que não ocorra em outros arquivos ) devido a diversidade de suporte fazer referencia.
    O arquivo pessoal ser chamado como coleção não me parece nenhum equivoco ou ofensa (já que em parte se caracteriza dessa maneira) a arquivologia já que a mesma não possui claramente regulamentado que documentos devem ser considerados para formação de um arquivo pessoal (nesse caso arquivo pessoal arquivístico). A questão que levanto não é se a arquivologia deve ou não definir que documentos devem ser incluídos, considerado de arquivo pessoal e sim que os arquivos pessoais cumprem razão de ser diferente na nossa sociedade e por esse motivo não vejo por que ser tratado na analise tipológica como os arquivos públicos, econômicos, sociais.

    ¹BELLOTO, Heloísa. arquivos permanentes. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. 320p.

    ²OLIVERIA, Lucia. http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/bolsistas/2010/FCRB_Selecao_de_Bolsistas_2010_Analise_tipologica_dos_documentos.pdf

    Por: Israel Gomes da Silva

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  3. 1 -

    Coleção não é arquivo, pois não apresenta subdivisão orgânica. A diferença básica entre arquivo e coleção é que o primeiro tem caráter orgânico (estabelecido por meio das séries que o formam dispostas segundo uma sequência lógica), sendo a prova de uma atividade; enquanto que o segundo não mantém organicidade, não é prova de uma atividade. Um arquivo pessoal é aquele que tem como objetivo, manter, guardar, tratar e disponibilizar documentos que tenham sido produzidos e acumulados por uma pessoa física durante suas atividades e funções. O documento para estar inserido em um arquivo pessoal seria criado por pessoas físicas e jurídicas de direito privado estabelecendo relacionamento na sequência de tempo (organicidade).

    O fato é que dependendo da função e do contexto para qual o documento foi criado ele irá assumir uma configuração diferente. Ou seja, um objeto que retrate uma atividade que eu fiz, como uma sacola, sendo guardada como prova de uma compra, pode ficar no meu arquivo pessoa, mas se eu a guardo somente por ter achado bonita ou por ter ganhado de alguém, ela vai fazer parte da minha coleção de sacolas. Mas a verdade é que se confundimos coleção com arquivo no âmbito dos arquivos públicos, devemos ter mais cuidado ainda quando estivermos trabalhando com documentos de caráter particular, já que é normal fazermos coleções de tudo o que nos agrada, ficando mais complicado separar os documentos de arquivo daqueles que não o são.

    2 -

    Basicamente teremos documentos que refletem as ações profissionais, pessoais. São documentos ligados à atividade familiar, civil, produção artística... Mas conforme expresso por Bellotto, no caso dos arquivos pessoais as tipologias são, em geral, bastante semelhantes. Temos certidões, fotografias, cartas, CDs, contas (água, luz, telefone, IPTU, IPVA), contratos (aluguel, escola, faculdade), ingressos (para shows, jogos), diplomas, convites (de aniversário) entre outros.

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  4. Continuação...

    3. Como a conceituação prevista sobre tipologia está intrinsecamente ligada a função e a espécie, as funções dos documentos ligadas são mais específicas a determinadas tarefas relacionadas por cada pessoa em si. Qual foi a sua atuação profissional, sua produção intelectual, não se esquecendo de destacar aos documentos de prova de atividades que necessitam de habilitação jurídica, como certidão, habilitação, contratos dentre outros. É através destes documentos que se pode prescrever a vida e percurso de uma pessoa e como sua vida foi desenvolvida.
    4 . Um documento recebido dentro de um arquivo para a devida guarda e tratamento tanto a avaliação, descrição, eliminação, entre outros se caracteriza por documentos produzidos pelas pessoas. Imaginando um arquivo pessoal, por exemplo, de um grande escritor e que tal guardava consigo vários poemas que gostava. Acho interessante mantê-lo no arquivo, mas relacionado como poemas colecionados ou guardados para tanto a pessoa ou outros possam ver como tal pessoal colecionava e desempenhava tal papel e como parte também de uma atividade desenvolvida por tal. Dentre um arquivo é imprescindível a organicidade, prevalecendo o principio da proveniência e o respeito aos fundos. Dentre um arquivo pessoal existe a dificuldade, que terá que ser avaliada e relacionada pelo arquivista, sendo sempre relacionado e tratado da forma devida. Devemos considerar todo o contexto em si, se tal documento mesmo não sendo arquivístico e for devolvido, terá tratamento? Irá para um museu? Será que se o arquivo o relacionar terá uma usabilidade melhor de procura? Acho que tem que estabelecer os prós e contras. Destaco que de acordo com a teoria não seria o correto, mas através da política de preservação de memória, necessita-se preservá-la. Acho que seria interessante se o Arquivo Nacional atuasse com maior força e incentiva-se a preservação de documentos pessoais juntamente também com um trabalho com os museus.

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  5. Postado Por: Carina Pradera

    1. Dentre as divisões entre arquivo e coleção, existe uma característica básica dentre as acumulações dos documentos. O arquivo como prediz o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística que arquivo é o “Conjunto de documentos produzidos e acumulados... no desempenho de suas atividades...” e coleção como “coleção de documentos... reunidos intencionalmente...”. Fica claro que um está intrínseco a produção orgânica (produzido pelo mesmo) e a coleção opostamente junta, reuni documentos que podem ser tanto orgânicos ou não. Um arquivo pessoal é caracterizado pela reunião de documentos de uma pessoa física. Uma característica essencial que a diferencia dos demais conjuntos estabelecidos, é que o arquivo pessoal é particularmente todo subjetivo. Necessita dá análises de suas produções de acordo com a vida da pessoa possuidora do fundo. Um arquivo pessoal de um grande historiar/professor não será o mesmo de um cantor profissional, e assim por diante. Dentre um arquivo pessoal além da multiplicidade de documentos, há a relação pessoal e a classificação de acordo do desejo dela ou de suas funções.
    2. Certidões,Habilitação, Correspondências, Diários, Rascunhos, Declarações, Relatórios, Projetos, Contratos; Álbuns;

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  6. Postado por iverson Thiago 09/0007760

    1. Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.
    Arquivo pessoal é fruto das atividades desenvolvidas, por exemplo, por uma pessoa. Sendo assim os documentos gerados no decorrer da vida dessa pessoa tem uma relação orgânica. Essa relação não é evidenciada quanto tratamos de coleções, pois essas resultam simplesmente de algo que se gosta, seria mais um hobbie.

    2. Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?
    A questão da tipologia nos arquivos pessoais é por si só muito vasta, isso se deve ao fato de que os documentos dos arquivos pessoais são àqueles decorrentes da vida da pessoa ou núcleo familiar. Considerando as pessoas/ famílias que conheço as tipologias que mais aparecem são: álbum de fotografias, cupons fiscais, boletos bancários, certificados de cursos, diplomas de graduação etc.
    3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?
    A primeira coisa, que se tem que ter em mente, é o conhecimento profundo das atividades da pessoa, neste ponto, essa questão se assemelha ao tratamento dispensado aos arquivos institucionais. Acontece que essa tarefa não é fácil de realizar quando se trata de arquivos institucionais, imagine então um arquivo pessoal. Segundo Claudia Moi “Aparentemente, a organização de arquivos pessoais poderá nos parecer básica e simples, quando comparada aos de instituições públicas ou de grandes empresas privadas. No entanto, a peculiaridade dos tipos documentais encontrados nesses arquivos, bem corno a complexidade de atividades, ações e funções realizadas por um indivíduo ao longo de toda sua vida, revelam ao arquivista um grande desafio no momento do seu tratamento técnico. A autora Ana Maria Almeida de Camargo, tenta ao analisar, o fundo de Plínio Salgado, estabelecer soluções para essa questão – “os arquivos pessoais podem ser arranjados e descritos: "... de acordo com sua estrutura interna e não a partir dos assuntos ou temas a que porventura estejam associados aos documentos que conserva (...). A reconstituição da organicidade de tais arquivos, num processo de descrição coerente com o princípio de proveniência, encontra paralelo em certas instituições pouco burocratizadas e com jurisdição imprecisa, onde é preciso estabelecer, a partir de uma perspectiva funcional e mediante estudos prévios, as áreas de ação e as atividades que redundam em produção de documentos."


    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Essa questão não precisa imaginar ou supor, pois temos um exemplo bem real. Quando a turma de diplomática e tipologia documental (1/2011) visitou o CEDOC, “descobrimos” que ali existem documentos que não são de arquivo. Estes documentos já estão lá mais ou menos uns 3 anos. Pegando esse caso especifico, é possível determinar algumas soluções possíveis.
    • Pode-se reservar um local isolado fisicamente, dos documentos de arquivo, propriamente dito, criando-se assim um novo fundo.
    • Caso o setor, órgão ou instituição que enviou a documentação para o arquivo citado acima, ainda exista pode-se pensar na idéia de devolver a documentação, caso isso não seja possível, é recomendável que adote a primeira solução.
    Não sei se a próxima alternativa é viável, talvez seja até absurda. Mesmo não sendo documento de arquivo, a questão descreve que esses documentos estão inseridos no fundo de determinada pessoa. Talvez seja interessante, anexar esses documentos a esse fundo.
    Iverson Thiago

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  7. 1) Arquivo pessoal é aquele arquivo de pessoa física, o qual pertence ao fundo suas documentações criadas e guardadas ao longo da vida, sem a intenção de serem reunidos, para um futuro histórico e/ou cultural. Exemplos: carteira de habilitação, passaportes, certidão de casamento, boletos bancários e etc.

    Coleção é um conjunto documental onde características em comum se reúnem intencionalmente, pois os documentos são objetos da mesma natureza ou têm qualquer relação entre si. A coleção pode ser organizada, assim como o documento de arquivo, em um plano de classificação ou um quadro de arranjo. Exemplos: coleção de quadros, coleção de antiguidades, coleção de rolhas de vinho, coleção de cartões telefônicos e etc.

    2) Dentre muitas espécies documentais encontradas em um arquivo pessoal, posso destacar algumas como: certidões, contratos, fotografias, diários, fitas de vídeo, cartões, correspondências, comprovantes, livros, convites e documentos de identificação ou comprovação (CNH, CRLV, boletos bancários pagos...)

    3) Bellotto diz que para a análise tipológica de um documento devem ser analisados a estrutura orgânico-funcional da entidade acumuladora, as sucessivas reorganizações onde tenham contribuído para o acréscimo ou retirada das tipologia ou séries, as funções definidas por leis ou regulamentos; as funções que diferem do diário e do comum, as transformações decorrentes de intervenções e os processos documentais. Digo então ser bastante complicado o fato de fazer o levantamento tipológico de um fundo pessoal. Não há lei ou regulamentação que obrigue ou que instrua à conservação e a organização dos arquivos pessoais, portanto faz-se de forma aleatória e pessoal, apenas levando em consideração a função daquele documento e se possível o seu trâmite e seu contexto.

    4) Acredito que documentos não-arquivísticos recebidos por entidade pública vindo de um arquivo pessoal deve fazer parte de documento de museu. Não haverá sentido, por exemplo, um arquivo guardar, avaliar e classificar um par de tênis, bolinhas de ping-pong e uma lâmpada queimada só por terem feito parte da vida de uma pessoa. Deve lembrar que este tipo de material (documento não-arquivístico) não ficará em um arquivo e sim em um museu, onde receberá tratamento e organicidade de acordo com princípios museólogos, e não mais arquivísticos.

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  8. 1. Bom, começarei com a definição de arquivo pessoal para o Dicionário Brasileiro de terminologia arquivística, e para o Dictionary of archival terminology 3. Ambos os dicionários conceituam como: “Arquivos pessoais Documentos privados acumulados ou pertencentes a um indivíduo e sujeitos à sua eliminação”, “Arquivo pessoal. Arquivo de pessoa física.” O Manuel D’Archivistique publicado na França em 70 também traz definições para os vários tipos de arquivo pessoal que eles enumeram, como também dispõe sobre o tratamento arquivístico dos mesmos, muito interessante, mas vamos ao que a monitora questionou,rs.
    A definição de arquivo pressupõe organicidade, e a coleção não abrange essa determinação. Os arquivos pessoais seriam os documentos que foram acumulados no decorrer da vida do titular daquele arquivo. Ou seja, tudo aquilo que tem função de provar uma atividade é o documento de arquivo por excelência. Já o acervo não se constitui como um arquivo porque os documentos foram sendo acumulados por várias pessoas, de maneira artificial.

    2. São aqueles documentos corriqueiros, do dia-a-dia, que serão as principais espécies documentais de arquivos pessoais, tais como documentos relativos a atividade financeira do sujeito em questão, documentos acerca da saúde –como receitas e laudos médicos -, documentação como certidões, documentação de vida acadêmica, como certificados, históricos e declarações.

    3. Tendo em vista que a tipologia pressupõe uma lógica orgânica e conhecimento da estrutura do órgão ou entidade produtora do documento, eu organizaria cronologicamente, porque esta organização por si só, já traria lógica para o processo de busca e recuperação da informação.

    4. Os documentos não arquivísticos devem ser mantidos junto ao seu fundo, e se essa opção não for viável, deve se alocá-los como coleção.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
    -Gonçalves, Martina Spohr. De procedimentos a metodologia: políticas de arranjo e descrição nos arquivos privados pessoais do CPDOC. / Martina Spohr Gonçalves. – 2007- ---BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. 4º ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.
    -Livro de arquivo, As publicações da Fundação Casa de Rui Barbosa. In:< http://livrodearquivo.blogspot.com/p/apendices.html> Acesso em 26 de junho de 2011.

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  9. continuação:


    3. Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais.
    No caso da diplomática, o objeto de estudo são os caracteres internos e externos do documento. Já a tipologia estuda o documento dentro da função que o gerou (ou acumulou). Pensando nos arquivos pessoais, a tipologia deve ser analisada de acordo com a pessoa física que formou o fundo, ou seja, de acordo com as funções que a documentação adquire dentro do contexto arquivístico pessoal.
    4. Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?
    Esse é um problema recorrente nas instituições arquivísticas brasileiras por um fator principal: as pessoas que estão trabalhando nos arquivos setoriais não sabem a diferença entre documentos arquivísticos e não arquivísticos, não entendem nada do caráter orgânico da documentação que acarreta a sua guarda. Por isso, acabam arquivando (e pior, recolhendo aos arquivos permanentes) documentação sem nenhum tratamento. Nesses casos, ao meu ver, o arquivista deve analisar a documentação, se existe alguma relação entre esses documentos e os outros que estão inseridos no fundo pessoal. Caso essa relação não exista, eles devem ser armazenados separados dos documentos que são de arquivo (que estarão inseridos no quadro de arranjo) como itens de coleção e não de arquivo.

    FONTES:
    BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos Permanentes: tratamento documental. 4ª Ed. FGV Editora, 2006.
    BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Diplomática e Tipologia Documental em Arquivos. 2ª Ed. Briquet de Lemos, 2008.
    CAVALCANTI, Cornélia Robalinho de Oliveira; CUNHA, Murilo Bastos da. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Briquet de Lemos, 2008.

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  10. 1-Discuta a diferença entre arquivo pessoal e coleção.

    A coleção difere do fundo de arquivo pela ausência de organicidade. Arquivo é sempre orgânico. Se não tiver contexto arquivístico é coleção. Se for guardado como recordação é documento de arquivo. A diferença entre arquivo e coleção é a constituição de séries.O documento de arquivo tem subdivisões derivadas de sua organicidade, é o conjunto de documentos produzidos no exercício de suas atribuições.A coleção não tem subdivisões orgânicas( pode ser onomástica, geográfica, cronológica)

    2-Quais são as principais espécies documentais que aparecem nos arquivos pessoais?

    Nos arquivos pessoais é possível encontrar documentações como cartões, fotografias, cartas, documentos como certidão, passaporte, diplomas, comprovantes de pagamentos entre outros.

    3-Como discutir a tipologia nos arquivos pessoais?

    A particularidade do documento arquivístico, ao mesmo tempo único e múltiplo (quando inserido na série documenta)l representou um desafio a ser superado na tentativa de conceituação do tipo documental. A tipologia permite conhecer o processo de formação da documentação, pois facilita o tratamento adequado. A tipologia permite entender que no arquivo pessoal o documento tem uma função e que pode ter, em outro lugar, outra função, tornando-se um documento diferente. O objetivo da tipologia é estudar o documento enquanto componente de conjuntos orgânicos, isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes da mesma atividade. A definição da tipologia permite averiguar as particularidades do produtor, destinatário, legislação, tramite, ordenação e proceder a avaliação dos documentos, inserindo-os nas séries pertinentes. Necessidade de, ao estudarmos o documento de arquivo,compreender a circunstancia de criação, o procedimento de como e para que foi criado e de qual série faz parte.




    4-Suponha que uma instituição pública receba documentos que não são de arquivo, mas que estão inseridos no fundo de determinada pessoa. O que ela deve fazer com relação a esses documentos sob a sua custódia?

    Dar um tratamento não- arquivístico é a solução mais viável para o problema, como coleção. Se o contexto dos documentos não forem entendidos não se pode dar um tratamento arquivístico.

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  11. 1 – Acredito que não é necessário se prolongar nas acepções a respeito do primeiro questionamento. Os arquivos pessoais são formados por documentos produzidos ou recebidos por determinada pessoa no decorrer de sua vida, tais documentos são agrupados de maneira orgânica, e dependem diretamente do desenvolvimento de uma atividade. Já as coleções são fruto de um agrupamento artificial, de modo que as partes que a formam não estabelecem nenhuma relação orgânica entre si. Observo ainda que nos arquivos pessoais é possível graças as relações orgânicas determinar as tipologias dos documentos que o formam, enquanto nas coleções os agrupamentos serão formados sempre por mesmas espécies e que possuirão a mesma função, independente de quem produziu ou da onde veio “a figurinha faltante para o álbum”.
    2 – Bom no que se referem a documentos essencialmente administrativos acredito que a maioria dos arquivos pessoais possuem notas fiscais, declarações, boletos, contratos etc. Além de documentos que de alguma formam retratam a vida do indivíduo de forma seqüencial como seus registros, certificados e diplomas da vida escolar e acadêmica, cartões, carteirinhas etc. E documentos que possuem maior valoração sentimental e que podem retratar momentos e pessoas específicas como convites, cartas, cartões, fotografias, filmes e até mesmo livros.
    3 – Para o estabelecimento das tipologias é necessário inicialmente entender a vida do indivíduo e as atividades que desenvolvia, caso o arquivo seja montado sem a presença do titular do fundo, é importante também entrevistas com pessoas próximas, para que possam ser evitadas avaliações subjetivas a respeito das funções dos documentos.
    É mais interessante que o Arquivo seja montando com seu titular ainda em vida, pois assim será possível entender as funções e o real valor que cada documento terá dentro do fundo. Uma fotografia, por exemplo, é praticamente impossível determinar a função ou o valor que ela possui sem conhecer o posicionamento do produtor e ou o contexto desta dentro das atividades do titular do fundo.
    4 – Se esses documentos estiverem organizados de alguma forma, seria interessante buscar entender esta organização, mesmo que não seja orgânica, e respeitá-la e inserir de algum modo dentro do fundo. Caso sejam meras reuniões artificiais seria interessante encaminhá-las a outras instituições que possam custodiá-las de uma melhor forma, como aqui já mencionado. Dependendo da pessoa e da representatividade social desta não vejo problemas em o Arquivo mesmo prover a difusão.

    Márcio Lima

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